Questão nº 2:

Um recém-nascido com 20 dias de vida dá entrada em serviço médico de urgência com história referida de queda da cama após ter rolado para fora dela há 6 horas. Pais referem hipoatividade desde então. Ao exame, está em regular estado geral e apresenta hematoma subgaleal em região parietal. A fundoscopia evidencia hemorragia retiniana bilateral e a tomografia de crânio apresenta hemorragia subaracnóidea, sem sinais de fratura. Com base nos dados apresentados, o diagnóstico mais provável é:

  1. traumatismo crânio encefálico decorrente da queda da cama.
  2. acidente vascular cerebral decorrente de malformação vascular.
  3. síndrome de Shaken Baby (bebê sacudido) decorrente de maus-tratos.
  4. tromboembolismo gorduroso resultante da queda.

Questão de maus tratos infantil clássica no Revalida!

Primeiro conceito que temos que observar é a história clínica estranha que a questão nos traz. Queda de cama há 6 horas com hipoatividade do lactante e só agora os pais levaram ao médico? Algo não está certo!

Preste atenção nos achados do exame físico aluno Revalideii. A hemorragia retiniana bilateral e hemorragia subaracnóidea são sinais clássicos na síndrome do bebe sacudido!

Dessa maneira, a alternativa correta é a letra “C”.

Questão nº 15:

Um paciente, 2 anos, sexo masculino, chega ao pronto atendimento de um hospital público com relato de ter iniciado há 5 dias coriza serosa e tosse seca irritativa. Evoluiu hoje com febre elevada, secreção nasal mais espessa e tosse produtiva e com boa aceitação alimentar. Ao exame físico do aparelho respiratório, evidenciou-se saturação 96%, FR = 50 irpm, murmúrio vesicular diminuído em base do hemitórax direito, frêmito toracovocal com maciez e crepitações grosseiras audíveis no mesmo local. Encontrava-se hidratado, tolerando os medicamentos por via oral. Foi testado para a COVID-19 no dia anterior, cujo resultado foi negativo.

A terapêutica antibiótica a ser instituída nesse caso é:

  1. amoxicilina.
  2. azitromicina.
  3. claritromicina.
  4. ceftrixona.

Questão corriqueira na clínica pediátrica.

O primeiro passo para respondermos essa questão é descobrir qual o provável diagnóstico.

Nosso paciente em questão mostra sintomas respiratórios, que tendem a agravar-se com o tempo, e febre. Além disso, o exame físico mostra taquipneia, queda leve de saturação, murmúrio vesicular diminuído em base do hemitórax direito, frêmito toracovocal com maciez e crepitações grosseiras audíveis no mesmo local.

Isso seria uma IVAS ou já podemos pensar em algo mais grave, como por exemplo uma pneumonia?

Estamos diante de um quadro inflamatório, ou seja, uma pneumonia! Note que o paciente está taquipneico (normal para a idade de 1 a 5 anos seria até 40 irpm), apresenta murmúrio vesicular diminuído, macicez e crepitações na base do hemitórax direito.

Por fim, precisamos saber qual a antibioticoterapia empregada nesses casos, e para isso necessitamos conhecer o principal patógeno causador da pneumonia.

O principal agente etiológico da pneumonia típica, em qualquer faixa etária, é o pneumococo!

Desse modo, o antibiótico de escolha é a “nossa velha amiga” amoxicilina, na dose de 50 mg/kg/dia, 2 ou 3 vezes por dia, durante 7 a 10 dias. Importante mencionar que o paciente deve ser reavaliado após 48 a 72 horas. 

Sendo assim, a alternativa correta é a letra “A”.

Questão nº 19:

Lactente, com 6 meses de idade, está sendo atendido na Estratégia da Saúde para puericultura. A médica identifica o registro no cartão apenas da vacina Influenza, que foi feita na rede particular de imunização. As demais vacinas a serem administradas até o 5.o mês estavam todas registradas na caderneta. Nesse caso, quais são as vacinas recomendadas para a idade conforme o Programa Nacional de Imunização?

  1. Pentavalente (DTP+Hib+Hep B) e Vip (vacina inativada para poliomielite).
  2. Pentavalente (DTP+Hib+Hep B) e Pneumococia 10.
  3. Pentavalente (DTP+Hib+Hep B), Pneumococia 10 e Rotavírus.
  4. Pentavalente (DTP+Hib+Hep B), VIP (Vacina inativada para poliomieiete) e pneumocócica 10.

Questão de imunização confusa no Revalida 2021.

A questão nos traz um lactante de 6 meses de idade, cujo o examinar relata que no cartão vacinal há apenas a vacina da influenza. Entretanto, se continuarmos a leitura, você nota que ele fala que as demais vacinas até o 5º mês já estão todas feitas e registradas na caderneta.

Confuso não? Pois é, aqui o examinador quis dificultar e acabou se enrolando. Mas vamos interpretar da seguinte forma: Cartão vacinal = rede particular; Caderneta vacinal = rede pública.

Depois de interpretada a questão, agora você precisa somente dominar o calendário vacinal para acerta-la.

A vacina pentavalente deve ser administrada nos meses 2, 4 e 6, assim como a vacina para o vírus da poliomielite inativada (VIP).

A vacina pneumocócica 10 é realizada nos meses 2 e 4, tendo somente um reforço aos 12 meses. Já a vacina para o rotavírus também deve ser realizada nos meses 2 e 4, porém não necessita de dose de reforço.

Veja como é fundamental saber na ponta da língua as vacinas do plano nacional de imunização aluno Revalideii.

O lactante da questão (6 meses de idade) deve tomar a última dose da pentavalente e pólio inativada. Sendo assim, a alternativa correta é a letra “A”.

Questão nº 26:

Um paciente do sexo masculino, de 3 anos de idade, é levado a serviço de emergência em decorrência de febre e exantema há 7 dias. Mãe relata que a febre é diária e chegou a 39 o C. O exantema surgiu há 2 dias. O paciente já passou por outros serviços de emergência sem conseguir fechar diagnóstico. Nega doenças prévias. Desenvolvimento normal para a idade. Ao exame, mostrase em regular estado geral, descorado 1+/4+, febril (38,5 o C), acianótico e hidratado. Presença de exantema maculopapular e edema e hiperemia nas mãos e pés, rash em tronco e períneo, bem como de hiperemia conjuntival bilateral. Cavidade oral revela fissuras em lábios. Há linfonodomegalia cervical, unilateral direita, com 2 cm de diâmetro. Aparelho cardiovascular, respiratório e abdome sem anormalidades.

Considerando a história acima descrita, assinale a alternativa que contém o tratamento indicado.

  1. Imunoglobulina venosa.
  2. Anti-inflamatório não esteroidal.
  3. Antibioticoterapia.
  4. Plasmaférese.

Questão anulada de pediatria, mas vamos entender o por quê?

A questão nos traz uma criança com o quadro clássico da doença de Kawasaki e pergunta qual é o tratamento adequado para tal.

Até aí está tudo ok, mas se observarmos bem as alternativas temos duas corretas! A letra “A” e “B” estão certas.

Vamos te mostrar o porquê de elas estarem certas.

O objetivo do tratamento da doença de Kawasaki é diminuir o processo inflamatório e o risco da principal complicação, o aneurisma coronário. Dessa forma, é indicado o uso da imunoglobulina por via endovenosa, preferencialmente nos primeiros 10 dias da doença.

Além disso, o ácido acetilsalicílico (AAS) também está indicado. Esse medicamento deve ser prescrito inicialmente em doses altas, tendo um efeito anti-inflamatório com o intuito de melhorar a febre. Após 48 horas afebril, a dose do AAS pode ser diminuída para que se obtenha um efeito antiplaquetário e evite complicações. Crianças sem aneurisma coronário, O AAS pode ser mantido por até 8 semanas, já nos pacientes com aneurisma, o medicamento deve ser mantido de acordo com as orientações do cardiologista pediátrico.

Questão nº 33:

Uma criança de 6 anos que procura atendimento na Unidade Local de Saúde do seu bairro por apresentar, há cerca de 30 dias, tumoração cervical na linha média, móvel à deglutição e indolor. A mãe refere que observou um crescimento progressivo da lesão, mas sem nenhum sinal flogístico desde o início do quadro. Referenciada para atendimento em um ambulatório de cirurgia pediátrica, no momento do exame físico, a criança estava hígida sem nenhum outro achado a não ser a tumoração na linha média do pescoço, acima da cartilagem cricoide, arredondada, móvel e de consistência fibroelástica.

Qual o diagnóstico e conduta a serem adotados a seguir?

  1. Higroma cístico cervical ou linfangioma. Deve ser tratado com aspiração e injeção de bleomicina ou OK 432 na lesão.
  2. Câncer primário de tireoide. Encaminhamento ao oncologista para mapeamento com medicina nuclear.
  3. Cisto do conduto tireoglosso. Ressecção cirúrgica englobando parte do osso hióde, que evita a recidiva da doença.
  4. Cisto do 3.o arco branquial. Ressecção cirúrgica incluindo a secção do ramo clavicuar do músculo esternocleidomastoídeo.

Questão interessante que não costuma cair na prova do Revalida.

Estamos diante de um paciente que, há cerca de 30 dias, apresenta uma tumoração a linha média cervical, de consistência fibroelástica, móvel a deglutição, indolor e sem sinais inflamatórios.

Somente com essas características já podemos dizer que é um cisto do conduto tireoglosso. E desse modo, deve-se realizar uma ressecção cirúrgica englobando parte do osso hióde para evitar a recidiva da doença.

Sendo assim, a alternativa correta é a letra “C”.

Mas vamos entender o porquê das demais alternativas estarem incorretas?

A alternativa “A” está incorreta. O higroma cístico cervical ou linfangioma também se caracteriza por uma massa grande e móvel, porém ele normalmente se manifesta ao nascer, não demorando 6 anos para surgir como traz a questão.

A alternativa “B” está incorreta. O câncer primário de tireoide não pode ser uma opção neste caso, pois o enunciado da questão enfatiza que a tumoração está acima da cartilagem cricoide, e a glândula tireoide se encontra abaixa desta. Além do câncer de tireoide ser muito raro em crianças.

A alternativa “D” está incorreta. O cisto do arco braquial costuma ser lateral e não medial como traz a questão.

Questão nº 37:

Um lactente, de 6 meses de idade, comparece sem queixas ao consultório médico com história de internações devido a infecção urinária alta aos 20 dias e aos 3 meses. Com 5 meses, apresentou quadro de febre intermitente, inapetência e vômitos, com exame qualitativo de urina que apontou nitrito (+), esterase leucocitária (+) e urocultura colhida por sondagem vesical com mais de 100 000 UFC/ml de E. coli, tendo completado o tratamento com antimicrobiano com remissão dos sintomas. Realizado ultrassonografia durante a última internação que não verificou alterações.

Como forma de estender a investigação, assinale a alternativa correta quanto ao exame padrão-ouro para essa situação.

  1. Cintilografia renal com DMSA.
  2. Urografia excretora.
  3. Uretrocistografia miccional.
  4. Ressonância magnética de abdome.

Questão interessante sobre ITU a repetição na pediatria.

Estamos frente a um paciente pediátrico com histórico de infecção do trato urinário a repetição. Diante disso, qual é o exame padrão ouro para estender a investigação nessa situação?

A investigação por imagem do trato urinário é recomendada para todas as crianças que tiveram um diagnóstico confirmado de ITU, independentemente de sexo e idade.

A ultrassonografia de rins e vias urinárias é o primeiro método diagnóstico a ser utilizado, o qual foi realizado na última internação do paciente. Desse modo, como não apresentou nenhuma alteração na ultrassonografia, o próximo exame a ser solicitado com o intuito de estender a investigação é a cintilografia renal com DMSA, pois é considerado o exame padrão-ouro na detecção de cicatriz renal, sendo indicado para todos os lactentes com ITU febril, pacientes com quadro sugestivo de pielonefrite e pacientes com refluxo vesicoureteral.

Dessa forma, a resposta correta é a letra “A”.

Questão nº 38:

Um menino de 4 anos de idade, previamente hígido e com acompanhamento pediátrico regular, chega ao pronto atendimento com queixa de febre (temperatura axilar superior a 38,5 °C em todos os picos) há 6 dias acompanhada de conjuntivite bilateral não exsudativa. Nega uso prévio de medicações nesses últimos dias, exceto o antitérmico habitual para controle da febre. Nega viagens recentes ou contato com indivíduos sabidamente doentes.

Ao exame clínico, observa-se hiperemia de orofaringe sem exsudato ou ulcerações; presença de ressecamento, fissuras e hiperemia em lábios e proeminência das papilas linguais; gânglio cervical anterior a direita com cerca de 1,5 cm de diâmetro não doloroso; edema endurecido em dorso de mãos e pés com eritema palmar e plantar difuso; e presença de exantema polimórfico mais intenso em tronco e períneo. Sem outras alterações.

Assinale a alternativa que contenha o diagnóstico provável para o caso apresentado e uma complicação associada ao quadro.

  1. Escarlatina; glomerulonefrite difusa aguda.
  2. Doença de Kawasaki; aneurisma coronariano.
  3. Mononucleose; síndrome de Guillain-Barré.
  4. Sarampo; panencefalite esclerosante subaguda.

Questão interessante para medir seus conhecimentos sobre as doenças exantemáticas.

O objetivo da questão é saber se você sabe diferenciar as diversas doenças exantemáticas. Desse modo, a melhor forma de respondermos essa questão é falarmos de cada uma delas.

A alternativa “A” está incorreta. A escarlatina apresenta febre, porém não tão prolongada como cita a questão. Além disso, o paciente não apresenta conjuntivite bilateral, fissuras e hiperemia em lábios, proeminência das papilas linguais (língua de framboesa) e edema e eritema palmo plantar.

A alternativa “B” é a CORRETA! Lembre-se sempre, quadro exantemático com febre por mais de 5 dias, você já deve ficar atento para a doença de Kawasaki. Para você lembrar e nunca mais esquecer, pegue essa dica aluno Revalideii: “A doença de Kawasaki é C-R-I-N-G-E”

C: Conjuntivite bilateral não exudativa

R: Rash polimórfico

I: Inchaço de mãos e pés

N: Nódulo em pescoço ≥ a 1,5 cm  

G: “Gloss de morando” – hiperemia de lábios e língua de framboesa

E: Elevação da temperatura por mais de 5 dias

A alterativa “C” está incorreta. A mononucleose infecciosa apresenta febre, porém não prolongada. Além disso, o paciente não apresenta conjuntivite bilateral, fissuras e hiperemia em lábios, proeminência das papilas linguais (língua de framboesa), edema e eritema palmo plantar e raramente apresenta exantema difuso.

Interessante notarmos a parte da questão em que fala “Nega uso prévio de medicações nesses últimos dias”, pois a mononucleose infecciosa pode apresentar exsudado purulento em orofaringe e que, ao realizar o diagnóstico de forma errada, o médico pode prescrever amoxicilina como tratamento. O uso desse medicamento nessa enfermidade tende a acarretar no surgimento de um exantema difuso. Contudo, como o paciente da questão não foi medicado, o exantema se torna raro.

A alternativa “D” está incorreta. O sarampo apresenta febre, porém não tão prolongada. A conjuntivite, afetação da orofaringe e proeminência das papilas linguais (língua de framboesa), também podem estar presentes. Entretanto não há hiperemia e edema palmo plantar.

Outro dado importante para excluirmos o diagnóstico de sarampo é “Nega viagens recentes ou contato com indivíduos sabidamente doentes”.

Questão nº 43

Um menino de 6 anos de idade, desnutrido, procedente de zona rural sem saneamento básico, apresenta-se no pronto atendimento com dor abdominal e diarreia intermitente com muco há 4 meses, algumas vezes associada a sangue e tenesmo. Refere piora do quadro há 1 dia. Ao realizar exame, evidenciou-se descorado ++/+4, prolapso retal e presença de vários vermes cilíndricos de 4 cm de comprimento na mucosa retal. Assinale a alternativa correta que aponta o parasita encontrado e seu respectivo tratamento.

  1. Ascaris lumbricoides; pamoato de pirantel.
  2. Trichiuris trichiura; mebendazol.
  3. Ascaris lumbricoides; metronidazol.
  4. Trichiuris trichiura; secnidazol.

Caso clássico de parasitose em paciente pediátrico.

Qual o provável diagnóstico do caso clínico e o melhor tratamento?

Simples aluno Revalideii! Quando falamos de prolapso retal na pediatria vamos pensar em duas coisas: Fibrose cística e Tricuríase.

Ascaris lumbricoides não gera prolapso retal, mas sim muita eliminação de vermes e, em situações mais graves, pode ocasionar abdome agudo obstrutivo.

Dessa forma, a única das opções que se encaixa nessa situação é a Tricuríase. Mas e agora, qual é o melhor tratamento?

Para o tratamento de Tricuríase podemos utilizar albendazol ou mebendazol.

Sendo assim, a alternativa “B” é a correta.

Questão nº 54:

Uma lactente do sexo feminino, de 18 meses de idade, chega para atendimento em Unidade Básica de Saúde. A mãe informa que, há 3 dias, a criança apresentou quadro de convulsão tônico-clônica generalizada acompanhada de versão ocular, liberação de esfíncter vesical e sialorreia, com duração de aproximadamente 10 minutos. No momento, apresentava temperatura axilar de 38° C. Foi levada ao pronto atendimento, onde chegou sem crise e recebeu alta após 4 horas com diagnóstico de resfriado comum. O episódio convulsivo não se repetiu e a criança está afebril há 48 horas. A mãe relata episódio semelhante aos 11 meses de idade. A criança não apresenta outros antecedentes pessoais ou familiares relevantes. O seu desenvolvimento neuropsicomotor é normal e o exame clínico não apresenta alterações.

Considerando os dados clínicos da paciente, essa criança apresenta:

  1. convulsão febril simples. A mãe deve ser orientada quanto à abordagem nos episódios febris e a criança deve manter acompanhamento de rotina na UBS pelo caráter benigno do quadro.
  2. convulsão febril simples. O médico deve prescrever benzodiazepínico (diazepam ou nitrazepam) para uso durante os episódios febris, com objetivo de prevenir epilepsia futura.
  3. convulsão febril complexa. A criança deve realizar eletroencefalograma e tomografia computadorizada de crânio por não ser o primeiro episódio convulsivo febril apresentado.
  4. convulsão febril complexa. Os familiares precisam ser alertados sobre a possibilidade de a criança apresentar desempenho escolar fraco futuramente como sequela dos episódios convulsivos.

Para respondermos essa questão temos que dominar os conceitos de “crise febril simples” e “crise febril complexa”.

A crise febril simples é geralmente caracterizada por crises tonico-clônicas generalizadas, com duração menor a 15 minutos e sem recorrência nas primeiras 24 horas. A criança não apresenta sintomas pós-ictais.

Já a crise febril complexa é descrita como crises focais, com duração maior a 15 minutos que recorrem nas primeiras 24 horas. As crianças manifestam alterações neurológicas pós-ictais.

Com base nesses conceitos, fica claro que estamos diante de uma crise convulsiva simples não é mesmo?

Bom, e agora? O que eu faço perante a uma crise simples?

Resposta simples aluno Revalideii, devemos somente orientar os pais a respeito das crises e realizar acompanhamento de rotina na UBS.

Resposta correta é a alternativa “A”.

Questão nº 58

Um médico de maternidade pública é chamado para realizar a sala de parto de gestante de 35 semanas com pré-eclâmpsia. Um recém-nascido pesando 2,3 kg apresenta-se banhado em líquido amniótico meconial, hipotônico e respirando de forma irregular. O médico assistente decide levá-lo à mesa de reanimação para realizar aspiração de vias aéreas superiores sob calor. Além disso, posiciona o pescoço em leve extensão, aspira a boca e narinas e seca o paciente. Após 30 segundos, o recém-nascido mostra respiração irregular e frequência cardíaca = 80 bpm.

Considerando a situação acima descrita, assinale a alternativa que apresenta a próxima conduta que deve ser tomada pelo médico assistente.

  1. Realizar ventilação com pressão positiva com máscara facial.
  2. Realizar massagem cardíaca externa.
  3. Realizar intubação orotraqueal.
  4. Realizar aspiração traqueal sob visualização direta.

Questão de reanimação neonatal para medir seus conhecimentos aluno Revalideii.

Antes de tudo, devemos responder 3 perguntas básicas a respeito da situação descrita na questão. Caso alguma das duas últimas perguntas tenha uma resposta negativa, devemos iniciar a sequência de reanimação.

Perceba que o paciente da questão tem 35 semanas, respira de forma irregular, porém não apresenta bom tônus.

A questão menciona que o médico assistente leva o RN para a mesa de reanimação para fazer os passos iniciais (seca o paciente, posiciona o pescoço em uma leve extensão, aspira boca e narinas). Como isso não foi o suficiente, devemos seguir para o segundo passo…VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA!

Caso o paciente não melhore somente com a VPP, aí sim é indicado a intubação orotraqueal (IOT). Pacientes com IOT e frequência cardíaca menor a 60, deve-se iniciar a massagem cardíaca e, se necessário, aplicar adrenalina.

Sendo assim, a resposta correta é a alternativa “A”.

Questão nº 59

Um recém-nascido com 20 dias de vida é levado à consulta de puericultura em Unidade Básica de Saúde. A mãe foi diagnosticada com tuberculose pulmonar após o parto e já iniciou tratamento medicamentoso. Ela nega qualquer sintoma na criança. Gestação sem intercorrências. Ao exame, o recém-nascido mostra-se em bom estado geral, corado, hidratado e ativo. Os aparelhos cardiovascular e respiratório apresentam-se normais, assim como o abdome.

Considerando a história acima descrita, assinale a alternativa que contém a conduta indicada para esse recém-nascido em relação ao seu tratamento e aleitamento.

  1. Manutenção do aleitamento materno com uso de máscara por parte da mãe e uso profilático de isoniazida até o 3.o mês de vida, quando o teste tuberculínico deverá ser realizado.
  2. Interrupção do aleitamento materno por parte da mãe e uso profilático de isoniazida até o 3.o mês de vida, quando o teste tuberculínico deverá ser realizado.
  3. Manutenção do aleitamento materno com uso de máscara por parte da mãe e uso profilático de isoniazida até o 6.o mês de vida, quando o teste tuberculínico deverá ser realizado.
  4. Interrupção do aleitamento materno por parte da mãe e uso profilático de isoniazida até o 6.o mês de vida, quando o teste tuberculínico deverá ser realizado.

Questão interessante a respeito do manejo do RN com mãe bacilífera positiva.

Todo recém-nascido de mãe bacilífera positiva não deve receber a vacina BCG na maternidade. O correto é realizar profilaxia com isoniazida durante 3 meses e, após esse período, realizar uma prova tuberculínica. Se o resultado do teste for positivo, deve-se manter a profilaxia por mais 3 meses, contudo, caso o resultado seja negativo, deve-se suspender a isoniazida e realizar a vacina BCG.

Além disso, temos que pensar na amamentação. Lembre-se sempre disso, a amamentação NÃO deve ser descontinuada nessas situações, a mãe deve continuar amamentando o RN, porém o USO DE MÁSCARA É OBRIGATÓRIO.

Dessa forma, a resposta correta é a alternativa “A”.

Questão nº 61

Uma lactente de 13 meses de idade, de sexo feminino, é levada à Unidade Básica de Saúde para consulta de rotina. A mãe está preocupada, pois a criança ainda não é capaz de andar sem apoio. Não há outras queixas. O pré-natal materno não possui intercorrências; nasceu de parto normal, com 40 semanas de idade gestacional; Boletim de Apgar no 1.o minuto = 6; no 5.o minuto = 9; e no 10.o minuto = 10; com peso ao nascer = 3 200 g e comprimento ao nascer = 50 cm. No exame clínico neonatal, observou-se estalido à manobra de Ortolani à direita; na ocasião, realizou exame ultrassonográfico de quadril apresentando resultado I pelo método de Graf. Recebeu alta no segundo dia de vida. Sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes. Desenvolvimento neuropsicomotor prévio: sorriso social aos 2 meses; fixou o pescoço aos três meses; sentou sem apoio aos sete meses; passou a distinguir familiares de estranhos e a reconhecer seu nome aos nove meses; primeiras palavras com significado aos 11 meses. Atualmente engatinha, fica em pé com apoio das mãos e arrisca alguns passos sem apoio, mas logo cai; usa copo com ajuda, compreende ordens simples, bate palma, manda beijo, fala “mama” e “papa” para referir-se à mãe e ao pai respectivamente. Não apresenta alterações ao exame clínico.

A conduta adequada para essa criança, considerando o desenvolvimento da marcha é:

  1. manter acompanhamento de rotina.
  2. encaminhar para fisioterapia motora para membros inferiores.
  3. encaminhar ao neurologista devido à anoxia perinatal.
  4. encaminhar ao ortopedista por suspeita de displasia congênita do quadril.

Questão longa sobre desenvolvimento neuropsicomotor.

O primeiro dado que pode chamar sua atenção é o achado no exame físico onde cita “estalido à manobra de Ortolani à direita”, porém ao realizar o ultrassom de quadril, se observa como resultado “I pelo método de Graf”. Ou seja, a criança não tem alterações a nível do quadril.

Após isso, o examinador te mostra todo o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Note que ela está crescendo de acordo com a idade correspondente e, normalmente, a criança anda sem apoio por volta dos 15 meses (o paciente da questão possui 13 meses).

Sendo assim, a resposta correta para essa questão é a letra “A”.

Questão nº 68

Um recém-nascido de 15 dias é levado à primeira consulta de puericultura. A gestação correu sem intercorrências. Mãe relata ser asmática e fez uso de prednisona oral durante toda a gestação. Parto vaginal a termo. Peso de nascimento = 3 500 g. Apgar 9/9. Alta com 2 dias. Colheu teste do pezinho no 4.o dia de vida. Ao exame, o recém-nascido mostra-se em ótimo estado geral, corado e hidratado. O exame cardiovascular e respiratório sem anormalidades, assim como o exame do abdome.

Considerando a história acima, assinale a alternativa que apresenta a doença cujo resultado no teste de triagem neonatal pode ter seu resultado modificado pela condição clínica materna descrita.

  1. Deficiência de biotinidase.
  2. Anemia falciforme.
  3. Hiperplasia adrenal congênita.
  4. Fibrose cística.

Para respondermos essa questão, temos que partir do pressuposto que o uso durante toda a gestação de glicocorticoide oral pela mãe acarreta em problemas para o feto, pois segundo o ministério da saúde (2015), o uso desse medicamento no período antenatal pela mãe pode suprimir a produção de 17-hidroxi-progesterona no neonato, ocasionando resultados falsos-negativos no teste do pezinho.

Lembre-se disso aluno Revalideii, a 17-OH-progesterona é uma enzima produzida pela glândula suprarrenal e sua ausência é observada na hiperplasia suprarrenal congênita.

Sendo assim, a resposta correta é a letra “C”.

Questão nº 72

Um escolar de 7 anos de idade, de sexo masculino, é admitido no pronto atendimento com queixa de febre há 5 dias, acompanhada de cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, prostração e anorexia. Hoje, houve aparecimento de exantema maculopapular pruriginoso por todo corpo. Foi realizada Prova do Laço com presença de 15 petéquias no local examinado. Pesquisa do antígeno NS1 com resultado reagente.

Com base no quadro apresentado, esse paciente apresenta dengue com qual classificação?

  1. Grupo A: acompanhar ambulatorialmente com orientação de reidratação oral e sintomáticos.
  2. Grupo A: solicitar hemograma e orientar retorno em 24 horas para checagem do resultado.
  3. Grupo B: solicitar hemograma e manter em observação até obtenção do resultado do exame.
  4. Grupo B: solicitar hemograma e manter em leito de internação por pelo menos 48 horas.

Questão clássica de dengue para você ganhar alguns pontos.

Estamos diante de um paciente com um quadro clínico clássico de dengue com exame positivo para o mesmo. Ainda o enunciado cita que ao realizar a prova de laço, o paciente apresentou 15 petéquias, sendo considerado positivo para pacientes pediátricos.

Para respondermos essa questão precisamos saber como classificar os pacientes com dengue nos grupos A, B e suas respectivas condutas.

O grupo A é composto de pacientes com suspeita de dengue ou dengue confirmada por exame laboratorial, sem comorbidades ou condições clínicas especiais, sem sinais de alarme ou choque e sem sangramentos de pele espontâneos (petéquias) ou induzidos (prova de laço).

Tais pacientes são considerados de baixo risco e, por esse motivo, podem ser tratados ambulatorialmente com reidratação oral e medicamentos sintomáticos. Devem ser orientados a procurarem a unidade de saúde em caso de sinais de alarme e a reavaliação deve ocorrer após o cessar da febre.

O grupo B é destinado para casos suspeitos de dengue ou confirmados em laboratório, sem sinais de alarme ou de choque, mas com sangramento de pele espontâneo (petéquias) ou induzido (prova do laço), ou com comorbidades ou condições especiais.

A condições especiais que estão falando são: idade menor a 2 anos ou maior a 65 anos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

Esses pacientes necessitam realizar um hemograma e devem ser mantidos em observação com hidratação oral até que o resultado do exame esteja disponível. Se não houver sinais de alarme, o paciente poderá ser tratado de forma ambulatorial. Nesses casos, a reavaliação presencial na unidade de saúde deve ser diária, até que o paciente tenha permanecido afebril por 48 horas.

Dessa forma, a alternativa correta é a letra “C”.

Questão nº 77

Um escolar de 7 anos de idade apresenta queixa de dificuldade para evacuar desde a retirada das fraldas aos 2 anos e meio. Apresenta evacuação a cada 4 ou 5 dias, com eliminação de fezes endurecidas, de grande calibre, com presença de dor e esforço evacuatório. Relata que, ao menos 3 vezes por semana, observa a presença de fezes perdidas na roupa. Por vezes, nota a presença de sangue em pequena quantidade no papel em que se higienizou. Nega antecedentes neonatais ou outras comorbidades relevantes; desmame aos 4 meses de idade; não faz uso de medicação de rotina. Alimenta-se quantitativamente bem com preferência pelo consumo de leite (4 porções diárias), carboidratos, carne e alimentos ultraprocessados; de forma bem infrequente, batata, cenoura, tomate, banana e maçã compõem a sua dieta. Está alfabetizado e é o melhor aluno de sua sala. Nesta consulta, seu peso encontra-se no Z score entre +2 e +3 da Curva de Índice de Massa Corpórea da OMS e sua altura encontra-se no Z score entre +1 e +2 da Curva de Altura para Idade da OMS. Ao exame abdominal, apresenta fezes endurecidas palpáveis em fossa ilíaca esquerda em moderada quantidade. O exame clínico não apresenta outras alterações.

Considerando o caso descrito, assinale a alternativa que contém o diagnóstico mais provável e a conduta adequada.

  1. Doença de Hirschsprung, devendo ser submetido ao toque retal para constatação de ampola retal vazia.
  2. Hipotireoidismo, devendo ser coletados TSH, T4 livre e anticorpos antireoglobulina e antitireoperoxidase.
  3. Alergia à proteína do leite de vaca, devendo fazer teste de exclusão da dieta durante 2 a 4 semanas.
  4. Constipação intestinal funcional, devendo fazer desimpactação fecal com polietilenoglicol ou enema.

Questão sobre constipação intestinal tranquila para você somar pontos na prova.

Quando falamos de constipação intestinal temos que pensar nos dois principais diagnósticos possíveis: Doença de Hirschsprung e Constipação funcional.

A doença de Hirschsprung, também conhecida como megacólon agangliônico, é caracterizado pela ausência de plexos nervosos em uma determinada região do intestino, principalmente cólon e reto, tendo como resultado uma ausência ou pouca motilidade intestinal. O diagnóstico normalmente é realizado no período neonatal.

Já a constipação funcional é observada em pacientes com constipação na ausência de doença orgânica subjacente. A principal causa envolvida na sua gênese é a má alimentação (baixo consumo de fibras e água e/ou excesso de leite na dieta). Seu diagnóstico ocorre geralmente em crianças mais velhas.

Somente com essa explicação já da para ter uma ideia da resposta não é mesmo? Mas caso tenha ficado alguma dúvida, vamos falar sobre os “Critérios de ROMA IV” utilizados para diagnosticar constipação funcional. 

Critérios de ROMA IV

≥ 2 dos critérios abaixo pelo menos 1x por semana:

2 ou menos evacuações por semana

Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana

Comportamento de retenção

Evacuações duras ou dolorosas

Fezes volumosas que podem obstruir o vaso sanitário

Massa fecal no reto

Sintomas não explicados por outra condição médica

Note que para confirmar o diagnóstico de constipação funcional necessitamos excluir outras condições médicas sim ou sim e, em nenhum momento, o examinador mencionou possíveis sinais e sintomas de alguma outra patologia (febre, retraso no crescimento, retraso pscicomotor, retraso mental, atrofia muscular, etc).

A parte disso, é interessante mencionarmos que o tratamento para a constipação funcional se baseia em três pilares: mudança alimentar, treinamento de toalete e medicamento. Porém como estamos diante de um paciente com massa fecal solida em fossa ilíaca esquerda, devemos inicialmente realizar a descompactação.

Sendo assim, a alternativa correta é a letra “D”.

Questão nº 95

Uma menina de 3 anos de idade iniciou subitamente um quadro febril alto, apresentando irritabilidade e queixa de dor importante em perna direita, parando de andar. Ao exame, estava toxêmica. Foi identificada dor localizada na face anterior do quadril direito, com edema e restrição da movimentação do quadril direito, permanecendo na posição de flexão-abdução e rotação externa. Havia relato de trauma na escola poucos dias antes, tendo caído do balanço, mas não houve repercussão no dia do acidente.

Diante do quadro clínico apresentado, assinale a alternativa que define o diagnóstico provável.

  1. Febre reumática.
  2. Sinovite transitória do quadril.
  3. Doença de Legg-Perthes.
  4. Artrite séptica do quadril.

Questão interessante sobre ortopedia pediatria.

Preste bem atenção nessa dica aluno Revalideii. Criança com histórico de trauma, febre, toxêmica e com sintomas articulares, o diagnóstico é PIOARTRITE!

Dessa maneira, a alternativa “D” é a correta.

Mas vamos entender o por quê das outras alternativas estarem erradas?

A alternativa “A” está incorreta, pois a febre reumática raramente afeta quadril e não se apresenta dessa forma.

A alternativa “B” está incorreta, visto que a sinovite transitória não apresenta febre alta, toxemia, restrição ao movimento articular e o paciente não fica nessa posição de flexão-abdução e rotação externa.

A alternativa “C” está incorreta. Além da doença de Legg-Perthes começar a partir dos 4 anos de idade, ela inicia com um quadro insidioso, não apresentando toxemia e febre alta.

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